Nossa escola dedicou os meses de outubro e novembro para promover uma
reflexão sobre a História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Diferentes ciclos,
turmas, áreas, disciplinas, períodos, professores dedicaram alguns momentos em
seus respectivos tempos e espaços pedagógicos para o debate sobre a valorização
da cultura negra no currículo escolar.
Surgiram diferentes abordagens que resultaram em pesquisas, trabalhos, exposições
e a realização de dois eventos temáticos, o I AFRO JOÂO EJA e o I AFRO JOÂO
INTEGRAL.
O AFRO JOÃO INTEGRAL ocorreu nesta quarta-feira, 30 de novembro, as
atividades começaram no horário de almoço, quando foi servido um prato típico
da culinária afro-brasileira, uma saborosíssima feijoada, preparada com
maestria pela equipe de merendeiras da escola comandadas pela cozinheira Janice,
foram mais de 20 Kg de feijão preto, 25 kg de arroz, 30 kg de carne, carne
seca, linguiça calabresa e portuguesa, paio, 5 kg de farinha de mandioca, 25
maços de couve, uma dúzia de abacaxis. A feijoada do AFRO JOÃO foi servida para
um pouco mais de 600 pessoas, entre alunos, professores, funcionários e
convidados. A maior parte dos ingredientes foi proporcionada pela ação
colaborativa e solidária de professores e funcionários empenhados em
materializar uma das mais simbólicas comidas da culinária afro-brasileira.
Após a feijoada a escola foi reunida no ginásio de esporte onde ocorreu
uma série de apresentações culturais. Na abertura da programação tivemos as
falas da nossa diretora Márcia Gomes reafirmou a importância do tema no
currículo escolar, depois o orientador pedagógico José Luiz expôs uma síntese
das múltiplas intervenções realizadas pelas diferentes áreas do conhecimento no
mês da consciência negra. O professor Eduardo Benedito da área de história
explicou os objetivos do AFRO JOÂO em apresentar à comunidade escolar uma
dimensão mais ampla da cultura produzida pela diáspora negra.
O aluno Renan César Fernandes, do 8º Ano A deu início as apresentações
com a leitura do poema “Meu Sangue” de Agostinho Neto:
VOZ DO SANGUE
Agostinho Neto
Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlen
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro da África
negros de todo o mundo
eu junto
ao vosso magnífico canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas Áfricas
do nosso Rumo.
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a nossa história
meus irmãos.
A programação teve sequência com
apresentações musicais, acompanhadas pelo professor Eduardo (violão) e Carlo (percussão),
Stephanie Helena Barbosa, a aluna do 7º Ano C, cantou a canção “Olhos
Coloridos”, com um coral formado pelas alunas Gisele, Nicole, Keila e Carol. A
dupla formada pelo Professor Eduardo Benedito e Carlo tocaram mais quatro
canções: Zumbi (Jorge Bem Jor), Mama África (Chico César), Bate Criolo Bate
(Ismael Silva) e Isso aqui é (Ary Barroso).
O AFRO JOÂO contou com uma participação
especial diretamente de Angola, África, Arlindo Carlo Mangangui, que atualmente
estuda pedagogia no IASP de Hortolândia, conversou com a plateia sobre os as
aproximações históricas e culturais entre Brasil e Angola. Arlindo ensinou uma
música e dança tradicionais da cultura angolana e fez todo mundo cantar e
dançar no AFRO JOÂO.
Outra atração foi a apresentação de
Eshiley Haughton, ex-aluna da escola, com um magnífico solo de dança afro contemporânea.
Com uma mistura de diferentes ritmos da música negra brasileira encantou o
público com a sua performance.
A tradicional capoeira também marcou
presença no AFRO JOÂO com o aluno Aparecido Roberto, da EJA – Educação de
Jovens e Adultos, tocando o berimbau e puxando as canções do repertório da
capoeira. Na ginga ficou por conta da aluna Adriane Santana do 8º Ano A,
acompanhada pelo aluno Miguel Eusébio do 9º Ano A. O professor Renato Horta
saiu da plateia para participar da roda da capoeira.
O RAP é um ritmo musica com muitos
admiradores na escola, os alunos Daniel do Carmo, Miguel Eusébio e Stephanie
Helena apresentaram uma versão de Negro Drama (Racionais Mcs).
A programação do AFRO JOÂO foi
encerrada com uma mostra do trabalho desenvolvido pelos grupos de HIP HOP da
escola (Programa Mais Educação) coordenados pela arte-educadora Jacqueline.