Nesta exposição fotográfica você poderá conhecer algumas das atividades
desenvolvidas na disciplina de ARTE com as turmas do 6ºA, 6ºB, 6ºC e 7ºA ao
longo do primeiro semestre de 2015. Na seleção das fotos procurei destacar o
caráter lúdico e criativo de nossos encontros, nos quais valorizei a expressão
singular de cada aluno em sua relação com os materiais, com o espaço escolar e
com os próprios colegas.
Acredito que para despertar nossos estados mais sutis e criativos é
preciso criar um ambiente de comunhão, acolhimento e liberdade, no qual o ritmo
e a disposição de cada um são respeitados. Trata-se de criar espaço para que a
brincadeira ganhe seus contornos como forma potente de expressão autônoma.
Minha proposta é o rompimento com a lógica de uma sociedade que,
incessantemente, direciona seus esforços para a produtividade e reduz o
indivíduo aos seus méritos e competências.
Meu olhar, por sua vez, está atento às disposições preliminares de cada
aluno, suas estórias, seus gostos, de forma a criar abertura para a plenitude
do gesto nas margens de insuspeitadas experiências.
Trazer à prática em sala de aula esses princípios revela meu
posicionamento diante da vida, pois confio acima de tudo na experiência
transformadora que a arte é capaz de operar, bem como na escola como logradouro
necessário dessa urgente transformação.
O Projeto Casinha, por exemplo, desvela o lugar pulsivo de um imaginário
possível dentro da escola e a fantasiosa mente da criança que constrói seu
próprio mundo e transforma a realidade à sua volta enquanto brinca.
Como porta de entrada para a exposição que se segue, na qual veremos os
corpos brincantes dos alunos da EMEF Dr. João Alves dos Santos.
Convido-os à leitura deste poema que escrevi na tentativa de capturar uma
pequena faísca do que vem a ser esse mistério assombroso e fascinante: o ser
humano.
"Eu caminhava sobre a areia da praia
mas não era eu quem dava aqueles passos
não era eu quem vertia aquelas lágrimas
era alguém
Alguém caminhava na areia da praia
sem olhar o mar
não cabia encarar tanta imensidão.
Alguém não olhava o mar
olhava os grãos de areia sob seus pés descalços
e se assombrava ao reconhecer no ínfimo grão
a mesma e exata infinitude impalpável
daquele oceano eterno"
Na exposição, que nossos olhos se demorem e, num canto essencial, possam
repousar.
Luis Fernando Pasquarelli
Professor de Arte
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